quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Contrição


Choro sem razão
Por todas as razões do mundo
Meu coração aberto à pública visitação
Esquecido, ignorado, moribundo

Pede, grita, implora por atenção
Um carinho, um afago, uma migalha de sentimento
Um pouquinho de qualquer tempo!
A generosidade de uma mão 

Sepulcro de cinza, acaso
Vulcão adormecido repleto de ardentes entusiasmos
Cujas entranhas revolvem em lava escaldante

Por abandono e descaso
Explode em violentos espasmos
Na ânsia da morte, agoniza palpitante!

                                                             16/04/2009

domingo, 18 de setembro de 2011

Como em cascata


Negocia com o onisciente destino
Ou com as veias tortas da pedante desdita
Resgata, por favor, a fantasia maldita
Sequestrada pelo criminoso desatino

Salva, ainda, aqueles sonhos presos na garganta
Vítimas inocentes da experiência desastrosa
Pérfida, cruel e enganosa
Que tolhe a alegria e o sofrimento agiganta

Se, por fim, a catástrofe for inevitável
Afoga essa angústia, morre... mata.
O sentimento já decomposto, nauseabundo é insuportável

Se é certo que o tempo cura tudo
Deixa escorrer por entre os dedos, como em cascata
As quimeras desse amor cego, surdo e mudo.

04/01/2010