sábado, 29 de outubro de 2011

Frio


O que dá pena não é  a ausência do sol
Não é a saudade das montanhas verdejantes
Não é a certeza do frio sobre o lençol
O que dá pena é nada ser como antes.

O que dá pena não é o tamanho do abismo
Não é, do tempo, a inclemência
Que rouba sonhos, planos, otimismo
O que dá pena é lágrima e riso: sinal de demência

O que dá pena não é a perda das noites estreladas
Troca de olhares, comunhão de ilusão
Melodias, poesias, ah!... flores perfumadas

O que realmente dá pena, é a desesperada procura
O descontrole – face oculta da apatia – conclusão:
Causa pena o destino de gado de abate. Sua desventura.