domingo, 21 de agosto de 2011

Lichia


Então... a frutinha do norte, que docinho!
De um gosto exótico, sabor diferente
Crescendo embalada por tal  carinho,
A época da colheita espera impaciente!

E observa enlevada a presença constante
De gentil colono que lhe acaricia a polpa carnuda
Temerosa e emocionada, sonha com o mágico instante
Em que o olhar dele a alcança e desnuda

É certo que nele existe vontade.
Percebe-se  o seu expressivo cuidado,
Fome oculta mesmo que de outras frutas saciado

Se mais bocas por ela  salivam, também é verdade
E vontade maior existirá na manhã em que amadureça
Mas... é bem provável que, no pé, ele deixe que ela apodreça.

maio/2010

Foi só por um momento... voar
Mas...não suportou a gangorra,
As metades suspensas no ar.
Do passarinho, a gaiola é doce masmorra

Foi tragada pelo verde mar-espelho.
E agora... que o céu é só ferida
Aberta no peito, sangrando... vivo vermelho
Singra o mar de nada...  nada  perdida

Entre o céu e o mar é longa a distância
E entre peixe alvejado e o pássaro sem asa,
Provavelmente... nenhuma concordância

Então, por que perpetuar esse deslumbre retumbante ?!!!
No fundo do mar... jaz o tolo pássaro em brasa
Na gaiola, o peixe fenece...  agonizante


13/06/2010

Keo